Ultimamente, sinto minha mente barulhenta demais. É como se houvesse uma multidão dentro de mim, todos falando ao mesmo tempo, e eu sem conseguir distinguir uma voz da outra. Esse barulho mental não tem nome certo, não aponta para uma causa específica, mas o vazio interior que ele deixa depois é impossível de ignorar.
Existem dias em que penso que tudo isso nasce das pequenas mudanças à minha volta. Momentos que já foram cheios de cor agora parecem mais opacos, quase como fotografias antigas que desbotam com o tempo. E quando percebo essa mudança, a pergunta silenciosa surge: até onde eu realmente pertenço a esse cenário? Até onde eu sou parte daquilo que antes parecia tão inteiro?
Minha mente confusa tenta encontrar explicações. Será que é só cansaço? Será que é minha própria insegurança me pregando peças? Ou será que é uma forma de autosabotagem que insiste em me acompanhar? Não sei. O que sei é que guardar tudo em silêncio pesa ainda mais, e falar nem sempre muda as coisas.
Então eu escrevo. Escrever para aliviar se tornou quase uma necessidade. É como segurar areia nas mãos: por mais que eu tente, alguns grãos sempre escapam. E, talvez, deixar escapar seja exatamente o que eu preciso. Porque escrever me ajuda a transformar a confusão em algo palpável, me dá a chance de olhar de fora para o que, aqui dentro, parece imenso demais.
No fim, talvez não exista resposta definitiva. Mas existe esse espaço: as palavras. Nelas, encontro um jeito de organizar o caos, dar forma ao silêncio interno e respirar um pouco mais leve.
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