Ganhei um girassol de presente. E junto dele, ganhei também a chance de acompanhar um ciclo inteiro diante dos meus olhos. No começo, foi a surpresa e a alegria de ter em casa uma flor que carrega o sol dentro de si. Aos poucos, fui me acostumando com a presença dele: o caule firme, as pétalas abertas, a forma como parecia buscar a luz mesmo quando o dia estava nublado. Era bonito demais ver como algo tão simples podia encher o ambiente de vida.
Hoje, esse mesmo girassol está diferente. As pétalas já se curvaram, a cor já não é a mesma, e é impossível não sentir uma pontada de melancolia ao olhar. Existe um silêncio estranho em ver algo tão cheio de vida chegar ao fim. Ao mesmo tempo, há uma delicadeza nisso: o fim não apaga o que ele foi, apenas marca o tempo que passou.
A vida, no fundo, é muito parecida com esse girassol. Tudo tem começo, auge e despedida. A gente recebe, aproveita, se encanta… e um dia precisa deixar ir. Nem por isso a experiência perde valor. Pelo contrário: talvez seja justamente a finitude que faz tudo ser tão precioso. O girassol não vive para sempre, mas no tempo que viveu floresceu com toda a força que tinha.
Olhar para ele agora, já no fim do ciclo, me traz reflexões sobre mim mesma. Quantas coisas na minha vida também já floresceram e se encerraram? Quantas fases já passaram, quantas versões de mim mesma já deixei para trás? E, apesar de tudo, continuo aqui, me reinventando, esperando o próximo florescer.
Receber esse girassol foi mais do que ganhar uma flor. Foi ganhar um lembrete: de que a beleza não está na duração, mas na intensidade. Que nem sempre o que importa é o tempo que algo fica, mas o quanto ele foi capaz de transformar enquanto esteve presente. O meu girassol se despediu, mas deixou em mim a certeza de que vale a pena florescer, mesmo que seja só por um instante.
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